segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

IRMÃOS CRISTÃOS SÃO ENVENENADOS POR PATRÃO MUÇULMANO:



PAQUISTÃO - Patrões muçulmanos de três faxineiros cristãos teriam os envenenado em um salão de festas no dia 15 de dezembro, matando dois deles. No momento dessa notícia, o terceiro estava lutando contra a morte sob cuidados especiais. O pai dos três trabalhadores, Yousaf Masih, disse que o proprietário do salão de festas, juntamente com o administrador, envenenaram seus filhos porque eram cristãos que ousaram pedir pelo pagamento que lhes era devido. Imran Masih, 29, e Irfan Masih, 25, morreram no Salão de Festas Ferozewala Pul após terem sido forçados a beber algo fortemente envenenado, disse Yousaf Masih. O terceiro trabalhador, Aakash Masih, de 23 anos, estava em condições críticas na UTI do Hospital Civil de Gujranwala, na província de Punjab. “Na posição em que estavam, parece que foram forçados a consumir algum tipo de bebida envenenada, ou alguma droga, e foram deixados lá para morrer”, disse Yousaf Masih. “A administração do salão de festas não telefonou nem os levou para um hospital. Em vez disso, eles nos telefonaram após a morte de dois de nossos entes queridos.” A delegacia de polícia Colônia dos Povos registrou um assassinato e um caso de fraude contra Imtiyas Warriach, proprietário do salão de festas Ferozewala Pul, e contra o administrador do salão, Abid Virk. Até o momento dessa notícia, os dois permanecem em liberdade. O chefe da delegacia de polícia não estava disponível para comentar o assunto, mas um oficial disse à agência de notícias Compass Direct News que os dois suspeitos seriam presos em breve. A família soube das mortes quando um outro filho de Yousaf Masih, Javed Masih, de 21 anos, recebeu um telefonema em casa do proprietário do salão, Imtiyas Warriach, dizendo que seu irmão mais velho, Imran Masih, estava morto no chão do salão de festas. Por não terem recebido pagamento, os três irmãos tinham deixado o salão para trabalhar em outro local antes de terem regressado no fim de semana que antecedeu o envenenamento. Javed Masih disse que falara ao telefone com Imtiyas na sexta-feria, dia 11/12, quando o proprietário ligara pedindo que seus três irmãos voltassem ao trabalho. “O proprietário e o administrador do salão de festas me ligaram na manhã do dia 11 de dezembro e imploraram para que meus três irmãos se reunissem e começassem a trabalhar”, disse Javed Masih. “Eles prometeram pagar seus salários atrasados, bem como um bônus de natal e as horas extras. Meus irmãos concordaram e foram trabalhar na manhã seguinte.” Quando Yousaf e Javed Masih foram chamados ao salão de festas, no dia 15 de dezembro, encontraram Imran Masih e Irfan Masih mortos. Aakash Masih estava vivo, mas ainda deitado no chão, disseram eles. Yousaf Masih disse que, há muito tempo, seus filhos tinham-lhe dito que o proprietário Imtiyas Warriach e o administrador Abid Virk se recusavam a pagar suas diárias e que os administradores e membros da equipe do salão falavam-lhes de forma depreciativa por serem cristãos. “Sobre a exigência de suas diárias, o proprietário e o administrador tinham-lhes ameaçado que continuariam a trabalhar sem pagamento ou enfrentariam consequências terríveis”, disse Yousaf Masih. “Após meus filhos terem voltado a trabalhar como faxineiros, tanto o proprietário como o administrador começaram a ridicularizá-los por terem deixado o emprego anteriormente. Os dois muçulmanos zombaram de meus filhos por serem cristãos e os chamou de nomes pejorativos tais como "Chootra"”. Yousaf Masih, de 47 anos, disse ao Compass no escritório de uma organização de direitos humanos que seus filhos haviam trabalhado no mesmo salão de festas desde o dia de sua abertura em 2005. Soluçando, ele disse que o proprietário e o administrador nunca lhes pagaram o salário completo durante esse tempo. Então, eles começaram a procurar por outro trabalho algumas semanas antes do festival islâmico de sacrifício, chamado Eid-ul-Azha. Os muçulmanos evitam casamentos durante o mês islâmico de Muharram. Então, na pequena janela de tempo entre esse mês e o fim do festival de Eid-ul-Azha, os salões de festas de casamento prosperam e precisam de toda a ajuda possível, disse ele.

O QUE VEM PELA FRENTE NO HAITI::

Para médicos no Haiti, pior ainda está por vir
REUTERS
Por Maggie Fox
WASHINGTON (Reuters) - Um terremoto que pode ter matado até 200 mil pessoas teria sido uma tragédia em qualquer lugar do mundo, mas no Haiti, onde Aids, tuberculose e malária correm soltas, as crianças são subnutridas e a higiene era um desafio, isso pode provocar um dos piores desastres médicos da história.
As equipes médicas que chegaram para montar hospitais móveis afirmam que já estão estupefatas com a quantidade de fatalidades e temem que o pior ainda esteja por vir com o aparecimento de infecções e doenças.
"O risco número um sempre consiste em infecções bacterianas onde há feridas abertas", disse Josh Ruxin, especialista em saúde pública da Universidade Columbia que vive e trabalha em Ruanda.
Autoridades do governo haitiano afirmaram que o número de mortes decorrentes do terremoto de magnitude 7, ocorrido na terça-feira, provavelmente ficaria entre 100 mil e 200 mil, e os feridos nem mesmo começaram a ser contados. Alguns ferimentos incluem membros amputados ou esmagados, fraturas expostas e lacerações. Sem tratamento rápido, essas feridas podem infeccionar.
"As coisas vão ficar muito, muito piores antes de começarem a melhorar", afirmou Ruxin.
A água é escassa e uma probabilidade é a ocorrência de diarreia. Crianças, pessoas debilitadas e idosos morrerão da doença, que poderia ser facilmente tratada com água e sais de reidratação em condições mais normais.
Equipes médicas dirigiram-se para o país em hospitais móveis, e toneladas de suprimentos foram enviadas ao país caribenho, mas elas não foram colocadas à disposição da população porque as estradas estão destruídas e não há segurança.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, enviou uma equipe de 267 especialistas médicos, incluindo cirurgiões, que chegaram na sexta-feira. Mas eles tiveram de esperar até a noite de domingo para que militares os escoltassem em meio ao caos.
"Por causa do tempo que passou, eles provavelmente terão muita diabete fora do controle", afirmou o médico Steven Harris, diretor médico do CDC no Haiti, numa entrevista por telefone. "Haverá falência renal por causa de desidratação".
O CDC prevê surtos de doenças infecciosas como sarampo e malária. "Há as variedades de doenças típicas daqui, mas certamente haverá uma piora depois de um desastre como esse", afirmou Harris.
VÍTIMAS MAIS NOVAS
"Isso pode se transformar num desastre infantil de proporções sem precedentes", disse o médico Irwin Redlener, do Centro Nacional para Prontidão de Desastres da Universidade Columbia.
Ele afirmou que 40 por cento da população do Haiti é formada por crianças menores de 14 anos, numa proporção muito maior do que na maioria dos países.
"Elas são mais suscetíveis a infecções, desidratação e choque. E, claro, há um tremendo impacto emocional", afirmou Redlener.
Mas Ruxin vê um sinal de esperança.
"Embora esta seja uma tragédia terrível, há a oportunidade de fazer algo que décadas de assistência não fizeram e isso consiste na construção de uma infra-estrutura de saúde pública estável", afirmou Ruxin.
Um relatório do Commonwealth Fund divulgado na sexta-feira indicou que a saúde pública de Nova Orleans, devastada pelo furacão Katrina em 2005, melhorou.
O documento também informou que um programa organizado por uma rede de clínicas locais financiadas pelos governos federal e local tem fornecido assistência a mais pacientes agora do que antes do desastre.