quarta-feira, 24 de setembro de 2008

RELATÓRIO SOBRE LIBERDADE RELIGIOSA:

Departamento de Estado publica relatório sobre liberdade religiosa

INTERNACIONAL - Em 19 de setembro, o Departamento de Estado americano lançou o Relatório de Liberdade Religiosa Internacional 2008. A edição cobriu 198 países e territórios.

Segundo John V. Hanford III, embaixador pela liberdade religiosa, a Coréia do Norte continua a ser o maior violador. O culto a Kim Jong-il e ao seu falecido pai ainda é uma importante base do regime, uma vez que esse culto chega a ser uma espécie de religião do Estado.

Alguns estrangeiros que visitaram o país contaram que os cultos prestados nas igrejas cristãs do governo pareciam encenações. Os sermões eram impregnados de conteúdo político que apoiava o regime. Os norte-coreanos que atendiam aos cultos chegavam e iam embora juntos, em ônibus de turismo.

Segundo o embaixador John Hanford, pode-se dizer que a Coréia do Norte é um lugar onde simplesmente não existe liberdade religiosa. É muito difícil obter informação sobre o país. A maioria vem de fugitivos.

Estima-se que 150 mil a 200 mil pessoas estejam presas em campos de concentração em áreas remotas. Esses são lugares cruéis e refugiados que ficaram ali relataram que as pessoas presas por motivos religiosos são tratadas pior do que os outros detentos.

Eritréia, Índia, Mianmar e Vietnã

Durante o período coberto pelo relatório, o governo da Eritréia continua a ter um péssimo registro de abusos à liberdade: prisões, torturas e até o assassinato de alguns cidadãos que simplesmente realizavam cultos fora de uma das quatro entidades religiosas aprovadas pelo governo.

Na Índia, foi observado o aumento da violência contra os cristãos no Estado de Orissa, onde fatores religiosos combinaram-se a descontentamentos sociais, econômicos e étnicos. Essa combinação gerou intranqüilidade, a despeito dos esforços do governo central para manter a harmonia da comunidade.

A violência anticristã alastrou-se ao Estado de Karnataka na semana passada, e um pouco dela parece ter motivações políticas, uma vez que parte dos ataques foi realizado pela polícia.

Em setembro de 2007, o regime militar de Mianmar suprimiu com violência alguns protestos pacíficos realizados por monges budistas e cidadãos comuns. Em resposta, forças de segurança invadiram monastérios budistas e, em alguns casos, destruíram-nos.

Segundo o relatório, o Vietnã caminha positivamente. Ele está se movendo mais lentamente do que o esperado, particularmente no que diz respeito ao registro de lugares de culto. Mas, para o embaixador, o governo tem tomado decisões que dão mais espaço para seguidores de quase todos os grupos religiosos praticarem sua fé.

Mundo muçulmano

O governo do Irã continua a oprimir grupos islâmicos não-xiitas, cristãos e judeus. Um foco especial é dado a dois convertidos muçulmanos que foram acusados oficialmente de apostasia.

No Egito decretou-se que a liberdade de conversão é destinada apenas aos que não são muçulmanos. Mais uma vez, o governo foi incapaz de reparar leis e práticas que discriminam a minoria cristã, ao proibir a construção e reforma em propriedades das igrejas.

As autoridades também prenderam muçulmanos convertidos ao cristianismo e defensores da liberdade religiosa, intimidando-os a fim de que não mais protestassem após sua libertação.

Constataram-se problemas também na Argélia e na Jordânia, que tradicionalmente se mostravam respeitosas às minorias religiosas.

Da Argélia vieram afirmações de que o governo tem restringido o culto cristão, prendendo, sentenciando convertidos ao cristianismo e fechando igrejas.

Na Jordânia, um tribunal da sharia condenou um ex-muçulmano por apostasia, anulou seu casamento e deixou-o sem identidade religiosa.

O governo jordaniano também tem perturbado pessoas e indivíduos com base na filiação religiosa deles.

John Hanford notou algumas melhorias na Arábia Saudita, como a libertação de alguns prisioneiros.

Para ele, o número de problemas relacionados à polícia religiosa, o mutaween, diminuiu. Os ataques que costumavam ser realizados – inclusive a lugares de culto não-muçulmanos – estão ocorrendo de forma menos freqüente.

Ásia Central

Na Ásia Central, o Cazaquistão, o Quiguistão e o Tadjiquistão têm tido mudanças problemáticas para mudar suas leis religiosas, o que pode trazer restrições significativas.

No Uzbequistão, as leis que exigem o registro de lugares de culto resultaram na prisão de pessoas que praticavam pacificamente sua religião.

Também é preocupante o número de cidadãos muçulmanos suspeitos de atividades extremistas. O Uzbequistão possui, de fato, elementos terroristas em seu meio.

A IGREJA PERSEGUIDA NA ÍNDIA:


A Igreja Perseguida na Índia
30ª posição na Classificação de países por perseguição

A Igreja A perseguição Motivos de oração



A Índia é o sétimo país do mundo em extensão, apresentando uma área correspondente a um terço do Brasil. Localizada na região centro-sul do continente asiático, é delimitada ao norte pelo Himalaia, a cadeia de montanhas mais alta do mundo, e faz fronteira com Paquistão, China, Nepal, Butão, Bangladesh e Mianmar. A vasta planície central é caracterizada pela presença de três rios: Ganges, Indo e Brahmaputra. O Planalto do Decã ocupa uma grande região no extremo sul do país.

A Índia abriga a segunda maior população do globo: um bilhão de habitantes. Por volta de 2050, é provável que a Índia ultrapasse a China e se torne a nação mais populosa do planeta, com quase 1,6 bilhão de pessoas. Cerca de um terço dos indianos têm menos de 15 anos.

Muitos indianos vivem em grandes aglomerados urbanos, sendo Mumbai (ex-Bombaim) o maior deles, com mais de 15 milhões de habitantes. Há, no entanto, outras dez cidades com populações superiores a um milhão. Nova Déli, com mais de 10 milhões de pessoas, é a capital do país.

Uma invasão ariana, ocorrida entre 1500 e 1200 a.C., foi responsável pelo início da urbanização. O budismo surge no país no século VI a.C., e o primeiro império hindu instalou-se no norte por volta de 321 a.C.. A invasão árabe ocorreu no século VII da era cristã, e os muçulmanos permaneceram no poder até as companhias de comércio surgirem em cena. A mais notável delas foi a Companhia Inglesa das Índias Orientais, que tomou o poder e dominou os muçulmanos, controlando a Índia a partir da metade do século XVIII. Após a I Guerra Mundial, a influência do Reino Unido diminuiu. Em parte, isto ocorreu devido à influência de Gandhi. A total independência do colonialismo britânico foi obtida em 1947, mas como não havia união entre hindus e muçulmanos, a região foi dividida em dois países: uma Índia dominada pelo hinduísmo e um Paquistão muçulmano. As péssimas relações e disputas territoriais entre os dois países resultaram em duas guerras entre eles, além de um conflito com a China.

A economia indiana exerce um impacto sobre todo o mundo. A agricultura e a indústria são muito importantes: diamantes, jóias e roupas são importantes produtos de exportação. Apesar disso, a renda per capita média é de apenas US$ 440, ou seja, quase oito vezes menor que a renda per capita brasileira. Aproximadamente 600 milhões de pessoas vivem em uma situação de extrema pobreza. Com uma população tão jovem, o governo tem sérias dificuldades para fornecer educação, saúde e alimentação adequadas ao povo. Problemas como analfabetismo, proliferação de doenças e mortalidade infantil abundam no país.

A variada economia indiana abrange a agricultura tradicional e moderna, artesanato, uma ampla diversidade de indústrias modernas e inúmeros serviços. Os serviços são a fonte principal do crescimento econômico, responsável por mais de metade da produtividade do país, mas usando menos de um terço da sua força de trabalho. A agricultura é que consome a maior porcentagem dos trabalhadores, cerca de 60%. O crescimento da economia nos últimos dez anos fez a pobreza retroceder.

A Índia sempre foi uma nação extremamente religiosa e milhares de deuses são adorados em todo o país. O hinduísmo representa a maior parte da população do país, seguido pelos muçulmanos e cristãos.

A Igrejavoltar ao topo

O cristianismo na Índia está no país desde o ano 52. Segundo a tradição, Tomás, um dos discípulos de Cristo, havia ido à Índia durante essa época e estabeleceu sete igrejas na região conhecida agora como Kerala, e outras em Madras. Ele foi martirizado e sua sepultura ainda está em São Tomé de Meliapor.

Há quatro correntes do cristianismo na Índia: ortodoxa, católica romana, protestante e grupos indígenas. Os cristãos formam 2,33% da população, dos quais mais da metade é católica. O restante está dividido em diferentes denominações.

O nominalismo é o maior problema enfrentado pela igreja, em grande parte devido à falta de treinamento e discipulado. Um dos melhores métodos de evangelização são as redes de rádio cristãs, que alcançam milhares de pessoas com a Palavra de Deus. Organizações e trabalhadores locais também têm sido muito bem-sucedidos. A Associação de Missões da Índia (India Missions Association) coordena cerca de 50 agências evangélicas que atuam no país.

A Perseguiçãovoltar ao topo

A tensão entre hindus, sikhs, muçulmanos e cristãos permanece alta. Há muitos relatos de ataques a igrejas, raptos, detenções, e intimidação feitos por extremistas hindus. Essas ações são particularmente dirigidas aos líderes das igrejas. Oito Estados têm leis anti-conversão, que impedem a conversão de hindus ao cristianismo. Mesmo assim, muitos dalits pobres têm se convertido.

Os dalits formam a casta mais baixa da sociedade hindu. Eles são conhecidos comumente como "intocáveis", pois sua posição os torna indignos de serem tocados por outras pessoas de castas mais altas.

Empregos e empréstimos governamentais são negados àqueles que se convertem ao cristianismo, e o monitoramento dos cristãos tem aumentado. No entanto, alguns casos recentes de perseguição tornaram-se públicos e resultaram em uma atenção maior do governo em proteger os direitos e liberdades dos cristãos. Grande parte da perseguição é realizada pelas alas radicais dos hindus e dos muçulmanos, que têm oprimido, atacado e até assassinado membros da igreja.

Em abril de 2007, há poucas centenas de metros da casa do primeiro-ministro de Rajasthan, um grupo de extremistas atacou um missionário cristão diante de sua família e das câmeras de televisão. Antes de se dirigirem à casa do missionário, os extremistas pertencentes ao grupo fundamentalista hindu VHP, ligaram para um canal de televisão pedindo que sua ação fosse filmada. Depois que terminaram, foram embora sem ser perturbados.

Walter Massey, ex-obreiro da Índia Every Home Crusade, é dirigente de uma pequena congregação chamada Masihi Sanghti. Ele feriu-se gravemente, mas sobreviveu. De acordo com sua esposa e outras testemunhas, três jovens bateram à porta de sua casa em Nandpuri Bazar, dizendo que precisavam se encontrar com Walter. Quando abriu a porta, eles começaram a falar com o missionário, e em poucos segundos, cerca de 25 extremistas começaram a agredi-lo. Eles o golpearam violentamente com varas, barras de ferro, e saquearam a casa deixando a propriedade destruída.

Uma audiência indiana chocada assistiu às notícias que mostravam o pastor Walter sangrando por causa das agressões e sendo molestado pelos extremistas enquanto sua família aterrorizada assistia a tudo. Durante a agressão, o pastor Walter clamava pelo nome de Jesus. O pastor saiu de sua casa proclamando o amor de Jesus Cristo aos curiosos. Mais tarde ele falou à equipe de TV sobre o amor de Jesus Cristo e como os cristãos oram pela nação. Depois, foi levado ao hospital.

Inicialmente a polícia se recusou a registrar uma queixa, fazendo isso somente depois de ser pressionada pela Comunidade Cristã de Jaipur e outras organizações. A maioria dos agressores pode ser identifica por meio do vídeo exibido durante horas na televisão, mas na queixa que a polícia registrou, está declarado que o pastor Walter foi atacado por homens não identificados.

Rajasthan é um dos Estados mais nacionalistas da Índia. Lá, os cristãos somam 0,11% da população; os muçulmanos são 8% e os hindus são 89%. Muitos ataques têm ocorrido de forma muito violenta.

Motivos de Oraçãovoltar ao topo

1. A Igreja indiana possui uma longa história. Louve a Deus pelo impacto duradouro que as missões cristãs têm exercido no país. Ore para que a Igreja continue a fortalecer suas bases e sua atividade evangelística, desenvolvendo ainda mais sua capacidade de envio missionário.

2. O evangelho tem sido grandemente difundido na região sul. Louve a Deus por isso. Ore também para que mais missionários e evangelistas trabalhem no norte do país, onde existe uma oposição maior e menos trabalhos de divulgação da Palavra de Deus.

3. Missionários cristãos enfrentam ameaças e perseguições constantes no norte do país. Ore pela proteção deles e peça provisão divina para as muitas viúvas de mártires cristãos.

4. A Igreja tem sido marcada com o derramamento de sangue. Ore para que o martírio de cristãos seja um forte testemunho para os indianos. Os casos de martírios são amplamente divulgados em todo o país, o que tem levado muitos à fé cristã.

5. Muitos radicais hindus opõem-se violentamente ao cristianismo. Ore para que ocorra o abrandamento da oposição hindu e para que o cristianismo ganhe a simpatia de líderes hindus influentes.

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SAIBA MAIS SOBRE A IGREJA PERSEGUIDA NA ÍNDIA:

Violência se espalha por mais cinco Estados, governo se manifesta

Saiba mais sobre a Igreja Perseguida na Índia
ÍNDIA (30º) - Ao mesmo tempo, a violência anti-cristã se espalhou por pelo menos mais cinco Estados da Índia durante a semana passada.

Os cristãos e as igrejas foram alvejados em Karnataka, Kerala, Madhya Pradesh, Uttar Pradesh e Jharkhand, seguindo-se à violência em Orissa que se iniciou após o assassinato de um líder do Vishwa Hindu Parishad (Conselho Hindu Mundial), Laxmanananda Saraswati. Os maoístas reivindicaram a responsabilidade pelos assassinatos desse líder hindu.

No fim da semana passada, o governo central emitiu um alerta aos dois Estados, dizendo que a falha deles em evitar a violência poderia levar à imposição da lei de “Legislação do Presidente” – o que significaria dissolver o governo de Karnataka e colocá-lo diretamente sobre a direção federal.

A violência continua em Orissa

No dia 16 de setembro, cerca de 500 amotinadores mataram um policial e incendiaram uma delegacia no distrito de Kandhamal, em Orissa, onde extremistas hindus lançaram uma enxurrada de ataques há três semanas atrás, culpando os cristãos locais de matarem Saraswati e seus discípulos.

A agência Compass recebeu relatos de que, na sexta-feira (12 de setembro), extremistas hindus incendiaram uma igreja e um albergue para missionários em Mangapanga, Tumulibandh; três igrejas em Mundabali, Badipankha; e uma igreja em Baringia, Phulbani. Estima-se que 40 casas também foram destruídas no mesmo dia pelos hindus intolerantes.

Na tarde seguinte, um grande grupo de extremistas desceu a Kurtamgarh, incendiando diversas casas e outra igreja. Fontes disseram que os extremistas estavam alvejando o líder do vilarejo da área, um cristão cuja casa incendiaram.

De acordo com o Conselho Cristão para Toda a Índia (AICC), 14 distritos de Orissa testemunharam os ataques em Kandhamal como o epicentro da violência. O Conselho relatou que pelo menos 50 mil pessoas de 300 vilarejos foram afetados pela violência. Centenas de pessoas ainda estão escondidas em florestas. Quatro mil casas e 115 igrejas foram incendiadas ou destruídas.

Assassinato em Kandhamal

Pelo menos 20 mil pessoas encontram-se em 14 campos de refugiados estabelecidos pelo governo do Estado em Kandhamal. Sabe-se que dois idosos e duas crianças morreram em três destes campos.

O jornal The Statesman relatou que, enquanto dois homens doentes, Sua Naik, 75 anos, do vilarejo de Budrungia, e Kasipatra Naik, 66 anos, do vilarejo de Tatamaha, morreram no campo de refugiados de Raikia, duas crianças, uma do campo de Phulbani e outra do campo de G. Udayagiri, morreram durante a semana passada.

“Naik estava no campo de refugiados de G. Udayagiri por mais de 10 dias, mas tinha saído para seu vilarejo para ver a condição de sua casa e de suas aves”, relatou o The Statesman. “Sua família estava no campo de refugiados. Aparentemente, ele foi morto durante a visita a seu vilarejo.”

Ataques em Karnataka

Também foram relatados ataques em mais de dez regiões no Estado de Karnataka, ao sul, onde os extremistas hindus aumentaram a opressão após o ministro da Educação do Estado ter determinado que mais de 2 mil escolas permanecessem fechadas, em de agosto, para protestarem contra a violência cometida contra os cristãos em Orissa.

Os ataques foram sob o pretexto de que os cristãos estavam participando de conversões “forçadas” de hindus ao cristianismo.

De acordo com o Serviço de Notícias Indo-Asiático (IANS), a polícia prendeu cerca de 100 pessoas, quase todas cristãs, por organizarem alegados protestos violentos.

Violência em outros Estados

Em Uttar Pradesh, ao norte, no domingo (14 de setembro), extremistas do Bajrang Dal atacaram dois pastores no distrito de Kanpur, acusando-os de agredir os seus apoiadores, relatou o IANS.

Extremistas hindus em Madhya Pradesh incendiaram a igreja de Masihi Mandir, de 80 anos, na área de Chhawni, cidade de Indore, às 22h30 no sábado (13 de setembro), relatou a agência EFI.

No Estado de Kerala, ao sul, no domingo à noite (14 de setembro), extremistas hindus atacaram a Escola do Convento Jaya Mata, um jardim de infância cristão, relatou o Times of India.

Os extremistas hindus lançaram o ataque para protestar contra as conversões.

Em Jharkhand, ao oeste, no domingo (14 de setembro), aldeões hindus atacaram cristãos de uma congregação da Igreja dos Crentes e os pressionaram a se “reconverterem” ao hinduísmo, no vilarejo de Talatad (sob a responsabilidade da delegacia de Patratu), distrito de Hazaribagh, relatou a Christian Legal Association.